No meio dos acontecimentos diários, em que crescem desordenadamente turbilhões de violências, ainda há um espaço reservado à importância da poesia no processo criativo, revestido em forma de denúncia ou de estágio contemplativo para levar ao êxtase.
Dizer da poesia é como ver uma flor desabrochando, exibindo suas belas pétalas...È exalar sentimentos fièis vindos da alma do poeta...Mas também é ver os pés descalços das crianças passeando pelas ruas, no descaso das ingerências polìticas, econômicas e sociais.
A felicidade e a tristeza, tão bem enfocadas em linhas poéticas, devem ser vistas de uma forma cautelosa pelo crivo da censura ou pela aceitação natural daqueles que as respeitam. Nos poemas não há regras a serem seguidas, até mesmo as gramaticais. O bom da poesia é a liberdade de expressar e concretizar o imaginário. É o ponto mais alto da subjetividade desprendida pela emoção ante a beleza de todo um mundo acontecendo.
É como se nem o céu fosse o limite... Nem a morte, o fim. Tudo é permitido. E por isso nada mais justo do que ter sido incorporado, no calendário anual, o dia 14 de março como o Dia Nacional da Poesia, atendendo a um rosário de pedidos emocionados.
(José Ventura Filho - João Pessao, PB)
MULHER - Dama que se veste tão maravilhosa. Dama que, ao chorar, chora rosas. Dama que, ao amanhecer, se levanta do repouso.
- Mulher...palavra, que é um Coral de anjos celestes. Dama que, ao soluçar, Canta uma linda melodia. Dama que ao sussurrar, Explica-me o grande enigma da vida.
- Mulher...Dama do arco-Íris. Dama da aurora e do alvorecer. Dama composta do sopro dívino. Dama que, perto de mim, Me torna um menino!
( Renildo Caldeira dos Santos )
A LUA FOI AO CINEMA - ( Paulo Leminski )
A lua foi ao cinema,/ passava um filme engraçado,/ a história de uma estrela / que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas / uma estrela bem pequena. / dessas que , quando apagam,/ ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,/ ninguém olhava para ela,/ e toda a luz que ela tinha /cabia numa janela
A Lua ficou tão triste/ com aquela história de amor,/ que até hoje a lua insiste: - Amanheça, por favor!
O PINGUIM ( Vinícius de Moraes )
Bom-dia Pinguim / Onde vai assim / Com ar apressado? / Eu não sou malvado/ Não fique assustado / Com medo de mim./ Eu só gostaria / De dar um tapinha /No seu chapéu-jaca / Ou bem de levinho / Puxar o rabinho / Da sua casaca.
A CASA ( Vinícius de Moraes )
Era uma casa muito engraçada / Não tinha teto, não tinha nada / Ninguém podia entrar nela, não/ Porque na casa não tinha chão / Ninguém podia dormir na rede / Porque na casa não tinha parede ; Ninguém podia fazer pipi / Porque penico não tinha ali / Mas era feita com muito esmero / Na rua dos bobos, número zero.
VIDA DE SAPO ( José Paulo Paes )
O sapo cai / num buraco/ e sai /
Mas outro buraco / Cai / O sapo cai /num buraco / e sai. /Mas outro buraco / cai.
É um buraco / a vida do sapo. / A vida do sapo/ é um buraco./ Buraco pra cá. / Buraco pra lá. / Tanto buraco enche o sapo.
( VISITE A BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO - ESC. MUNICIPAL ASCENDINO DE ALMEIDA - NATAL - RN)
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